sexta-feira, 17 de abril de 2009


Concepção de Letramento na Perspectiva da Educação Básica:
ler e escrever um compromisso de todas as áreas


Reflexões/Título
1)Concepção de Letramento
2) Educação Básica
3)Ler e escrever
4) Compromisso de todas as áreas

Questões fundamentais:
1.O que é alfabetizar e letrar?
2.O que mudou?
3.Quem são os nossos alunos?


DEFINIÇÃO DE ALFABETIZAÇÃO

Alfabetização é entendida como instrumento eficaz para a aprendizagem, para o acesso e para a elaboração da informação, para criação de novos conhecimentos e para a participação na própria cultura e na cultura mundial nascente.
Conferência Mundial Educação para Todos- 1990.
Alfabetizar: dominar a tecnologia da escrita, isto é apropriar-se do sistema convencional da escrita, é uma condição necessária para que a criança aprenda a ler e a escrever, mas não é suficiente para que ela domine os usos e funções sociais da escrita no mundo que a rodeia.(letramento).
[...] do ponto de vista individual, o aprender a ler e escrever – alfabetizar-se, deixar de ser analfabeto, tornar-se alfabetizado, adquirir a “tecnologia” do ler e escrever e envolver-se nas práticas sociais de leitura e de escrita – tem conseqüências sobre o indivíduo, e altera seu estado ou condição em aspectos sociais, psíquicos, culturais, políticos, cognitivos, lingüísticos e até mesmo econômicos; do ponto de vista social, a introdução da escrita em um grupo até então ágrafo tem sobre esse grupo efeitos de natureza social, cultural, política, econômica, lingüística. [...] É esse, pois, o sentido que tem letramento [...] Letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se apropriado da escrita.(SOARES,1996, p.85).
Ribeiro (2003) à implicações pedagógicas à conceito de letramento necessidade de reflexão sobre o papel da escola e o desenvolvimento de práticas pedagógicas que respondam com mais eficiência as demandas sociais relativas ao letramento.
“[...] não é a aprendizagem da linguagem escrita em si que transforma as pessoas, mas os usos que elas fazem desse instrumento.” (p. 56)
Cultura escrita à o aluno precisa desenvolver comportamentos, atitudes e disposições.
- desenvolver o gosto pela leitura, conhecer seus usos e funções sociais,
- desenvolver capacidades e conhecimentos necessários à utilização prática da leitura e da escrita, conhecer, utilizar e valorizar o uso da leitura e da escrita em sala e fora dela.
Nossos alunos são sujeitos do presenteà capacidade de experimentar, comunicar-se, criar estratégias para sua própria orientação simbólica, afetiva, cognitiva, social e pessoal.
Planejamento cuidadoso das atividades que deverão ser variadas, de modo a explorar as várias dimensões dos conhecimentos disciplinares que se relacionam aos usos e funções sociais da leitura e da escrita e suas inter-relações com outras áreas do conhecimento
O desenvolvimento da leitura e da escrita juntamente aos seus usos e funções sociais - letramento - não devem ser uma tarefa apenas de responsabilidade do professor de Língua Portuguesa, mas devem também ser trabalhados pelos professores das outras disciplinas de forma integrada e interdisciplinar, dado que o desenvolvimento das habilidades de leitura, de escrita e de oralidade são essenciais para a aquisição dos conhecimentos das demais disciplinas curriculares.
Considerar a centralidade do letramento no processo de ensino e aprendizagem à o letramento pode e deve ser considerado o foco integrador das diferentes disciplinas que compõem o currículo.
Os conhecimentos específicos e diversificados de cada profissional da escola são importantes para a seleção dos textos a serem ensinados.
Cada professor é o mais indicado para propor os gêneros e tipos textuais mais adequados a sua área.
Atenção: toda a equipe de profissionais precisa organizar o processo de ensino e aprendizagem e garantir uma maior coerência e adequação ao projeto educativo da escola.
Como podemos fazer?
Lançar mão dos vários elementos que compõem o espaço da sala de aula, como: os textos, os murais, os cartazes, os jogos de escrita, os livros, etc., devem servir de referências sempre disponíveis para o desenvolvimento de suas habilidades.
É importante ressaltar, ao optarmos por trabalharmos na perspectiva do letramento é preciso saber que a concepção discursiva que toma a linguagem como um processo interativo, no qual os diferentes gêneros e tipos textuais e o seu contexto de produção e circulação funcionam como referencias para a compreensão e produção do texto oral e escrito.
Ninguém melhor para ensinar cada gênero do que o professor que o conhece, sem, no entanto, desloca-lo do conhecimento específico a ser ensinado. Para construir um mapa que represente os climas de uma região do Brasil, por exemplo, não basta que o professor de geografia apresente as variações climáticas e onde elas ocorrem, mas é necessário explicar o que é um mapa, como ele se configura, suas características, seus objetivos, etc.
O compromisso trabalho coletivo não significa, no entanto, que todos devem trabalhar ao mesmo tempo em todas as atividades e conhecimentos escolares, mas cada um deve fazer sua parte, cooperativamente, contribuindo para o alcance de um objetivo comum: o aprendizado e o letramento de nossos alunos.
Necessário professor adote uma metodologia de ensino e aprendizagem àpromova a construção do conhecimento reflexivo e analítico dos conhecimentos trabalhados.
Alunos capazes de compreender e utilizar a linguagem de forma crítica e autônoma e que possibilite às crianças organizarem o seu discurso em diferentes situações sociais de comunicação.
O ensino aprendizagem das várias disciplinas favorece o desenvolvimento da formação de conceitos, noções de tempo, espaço, causalidade, senso crítico, controle motor, observação, etc., contribuindo para a formação de estruturas mais complexas de raciocínio e estabelecendo bases para a estruturação do pensamento lógico.
• O fato de os sujeitos tomarem parte em práticas sociais nas quais a escrita é central, não produz resultados ou efeitos homogêneos, mas sim heterogêneos, dependentes dos contextos, papéis, objetivos e formas de interação que guiam os sujeitos em atividade.
• Não se trata de saber o que a escrita faz com as pessoas, mas o que as pessoas fazem com a escrita;
• As modalidades de uso da escrita são tomadas como práticas culturais que permitem diferentes formas de participação e papéis, em contextos social e culturalmente organizados;

O QUE PODEMOS FAZER?

Oferecer oportunidades para que crianças, jovens e adultos possam ampliar seus conhecimentos a partir:
da reflexão sobre o mecanismo da escrita;
da familiaridade com um conjunto variado de situações de fala pública;
da reflexão e análise sobre as variedades regionais e sociais da língua;
de situações diversificadas de uso da escrita;
da familiaridade com um conjunto variado de textos;
do desenvolvimento de estratégias de leitura;
de vivências e atividades diversificadas de exploração de textos;
de propostas voltadas à produção escrita.

Alguns cuidados que não devemos praticar

é na concepção de que ensinar é transferir conhecimentos;

de que saber ler e escrever é uma ferramenta poderosa capaz de promover a prosperidade e bem estar individual e social de todos;

no sucesso de formação de professores de curta duração, desarticulados de um projeto político pedagógico da escola;

impossibilidade de continuidade de estudos por parte dos professores/coordenadores/gestores




Desafios

“ Dar aula não é nada simples. Talvez seja a atividade mais sofisticada que a espécie humana já concebeu”
(Min. Fernando Haddad RNE/out/2008)

Desafios

“Aprender a ler e a escrever não é nada simples. Talvez seja a aprendizagem mais sofisticada que a espécie humana concebeu”

(Francisca Maciel dez/2008)

Desafios

“Nós professores vivemos na era analógica e nossos alunos na era digital.”
(Secretária Nacional de Educação Básica – Maria do Pilar – ago/2008)
“O discurso das faculdades sempre foi centrado no professor, mas as avaliações ajudaram a reforçar a idéia de que é o aluno o mais importante e é direito dele aprender”
(Francisco Soares, FSP)
“A avaliação hoje deve ser vista como um instrumento a favor do aluno e a favor do professor”
(Francisca Maciel,)

QUEM SOMOS NÓS?

“Ninguém ensina...
... Sem paixão pelo que estuda e pelo próprio ato de estudar e conhecer, de abrir horizontes e descobrir possibilidades.
Ninguém ensina...
... Sem paixão e envolvimento com o aluno, mesmo aquele que o desafia e contesta.
Ninguém ensina...
...Sem estar seduzido pela sua cidade, seu país, o planeta e o universo, por seu tempo e sua história.”







Papai Noel


Agora começou a escola
Começou rápido eu estou fazendo composição,
Agora antônimo
Agora sinônimo
Agora feminino
Agora masculino
Agora aumentativo
Agora diminutivo
Agora é outro dia
Agora é cópia
Agora é na cartilha
Agora leitura
Agora compreensão de texto
Agora automatizando
Agora ditado
Agora auto-ditado
Agora minha avaliação
Agora correção.
Agora é outro dia
Agora é só cartilha.
Agora leitura
Agora compreensão de texto
Agora automatizando
Agora ditado
Agora auto-ditado
Agora minha avaliação
Agora correção.
Agora é outro dia.
Agora antônimo
Agora sinônimo
Agora feminino
Agora é composição
Agora feminino
Agora é masculino
Agora aumentativo
Agora diminutivo
Acabou a escola
Agora é Natal!

Autor: Carlos A Caldeira (8 anos) Folhinha de São Paulo, 1988.





O que é letramento?
Kate M. Chong


Letramento não é um gancho
em que se pendura cada som enunciado,
não é treinamento repetitivo
de uma habilidade,
nem um martelo
quebrando blocos de gramática.

Letramento é diversão
é leitura à luz de velas
ou lá fora, à luz do sol.

São notícias sobre o presidente,
o tempo, os artistas da TV
e mesmo Mônica e Cebolinha
nos jornais de Domingo.











“ Não basta saber ler ‘Eva viu a uva’. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”
Paulo Freire(1991)

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